Festival Pernambucano de Literatura Negra chega à semifinal do Prêmio Jabuti
- Salatiel Cicero
- 26 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de set.
Com três anos de criação, iniciativa se firma como espaço de resistência e empoderamento de pessoas negras e conquista reconhecimento no principal prêmio da literatura brasileira

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou, nessa quinta-feira, 25 de setembro, os semifinalistas da 67ª edição do Prêmio Jabuti. Entre os dez selecionados na categoria Fomento à Leitura está o Festival Pernambucano de Literatura Negra, que completa cinco edições em 2025, e se consolidou como espaço de afirmação de pessoas negras como escritoras e poetas que transformam a palavra em instrumento político, social e econômico.
Idealizado pela escritora e jornalista Jaqueline Fraga, que também assina a direção geral, o projeto cultural nasceu de forma independente no estado de Pernambuco e percorre diferentes regiões promovendo espaço, diálogo e palco para que escritoras e escritores possam se expressar. A cada edição, organiza mesas, saraus, e lançamentos de livros, tendo como foco públicos formados desde adolescentes e jovens como também idosos e pessoas com deficiência. Inclusive, as rodas de diálogo promovidas pelo festival contam com intérpretes de Libras.
Jaqueline já conhece de perto o peso do Jabuti. Em 2020, ano da pandemia, também esteve na lista das finalistas do maior prêmio literário do país com a obra “Negra Sou: a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho”. O livro, publicado de forma independente, nasceu de um projeto universitário como Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado em 2015, e transformou-se, cinco anos depois, em livro-reportagem. A obra figurou entre as dez indicadas ao prêmio na categoria Biografia, Documentário e Reportagem, consolidando a autora no cenário literário nacional.
Este ano, Jaqueline celebra um novo reconhecimento, agora coletivo, com o festival.
“Eu fiquei muito orgulhosa em ver o festival ser indicado ao Jabuti, uma iniciativa que nasceu de forma independente e que busca valorizar a literatura produzida por escritores negros. Tive o orgulho de também ser indicada, como autora, em 2020. E agora ver o festival que idealizei também ser indicado faz o orgulho e a alegria transbordar”, afirmou.
A coordenadora também anunciou novidades para este ano. “Em outubro estaremos com o festival na Bienal do Livro de Pernambuco e em novembro também teremos um dia exclusivamente dedicado ao nosso evento. Posso dizer que este ano, com esta indicação, teremos ainda mais motivos para celebrar o Festival Pernambucano de Literatura Negra”, disse a idealizadora do evento.
